O presidente do Banif adiantou, esta noite à Lusa, que serão encerrados 40 balcões da rede de atendimento em dois anos, admitindo que esta operação implicará «saídas de pessoal».
Jorge Tomé afirmou que a administração do banco está «a preparar o plano estratégico para candidatar [a instituição] às linhas de recapitalização do Estado».
«Prevemos algumas saídas de pessoal. No plano estratégico, está prevista a redução de 40 balcões, mas grande parte do pessoal vai ser reafeto à reestruturação da rede. Esse movimento de saída é perfeitamente marginal e não tem, de todo, um impacto significativo» nas contas do banco ou em termos de redução de pessoal, referiu.
Sem precisar o número de trabalhadores afetados pela decisão, o presidente executivo do banco fundado por Horácio Roque disse que o que está previsto é «o encerramento a dois anos, no limite, de 40 balcões, sendo que estão três a quatro pessoas por balcão», o que soma «160 pessoas».
Considerando que o banco tem «saídas naturais» de pessoal, Jorge Tomé afastou a possibilidade de despedimentos coletivos no caso dos trabalhadores que não sejam reafetos à rede, admitindo «quando muito rescisões amigáveis».
Esta decisão faz parte de um plano mais amplo de redução de custos: «Temos um plano de redução de custos que passa muito por redução de procedimentos de serviços», afirmou, dando como exemplos contratos de prestação de serviços com entidades terceiras, patrocínios e renegociação de licenças, sublinhando que nestas áreas «vai haver redução significativa» de custos.
Para o muito curto prazo, «a três meses», a administração do Banif definiu como prioridades a simplificação societária do banco, a redefinição da política de crédito e de microcrédito do banco, a criação de programas para aumentar a captação de "funding" (base de depósitos) e de produtos que deem comissões ao banco, disse Jorge Tomé, acrescentando que, «na área internacional, haverá uma mudança considerável».
Em 2011, o Grupo Banif registou um resultado líquido negativo de 161,6 milhões de euros face ao lucro de 33,4 milhões de euros obtidos em 2010. No mesmo ano, o banco encerrou 18 agências em Portugal, a que se seguiram mais quatro balcões já no primeiro trimestre de 2012.
As contas de 2011 foram prejudicadas pelo aumento de 204,8 por cento, para 377,8 milhões de euros, das provisões e imparidades (perdas) líquidas do Banif.