Começa hoje o julgamento do deputado Ricardo Rodrigues, acusado de crime de atentado à liberdade de imprensa. A TSF relembra os acontecimentos que levaram ao chamado caso dos gravadores, há pouco mais de dois anos, quando Ricardo Rodrigues era vice-presidente da bancada parlamentar socialista.
Este é um caso que remonta a 30 de Abril de 2010 quando o deputado do PS, Ricardo Rodrigues, se apropriou de dois gravadores de jornalistas da revista Sábado.
Durante a entrevista, os jornalistas Maria Henrique Espada e Fernando Esteves fizeram perguntas sobre o alegado envolvimento do deputado num caso de pedofilia, assim como num processo de burla qualificada e falsificação de documentos, nos Açores. Indignado, Ricardo Rodrigues levantou-se da cadeira e pegou, dissimuladamente, nos dois gravadores, pondo-os nos bolsos das calças. Só depois do deputado ter abandonado a sala é que os jornalistas deram pela falta do equipamento áudio.
O caso ficou registado pela câmara da revista Sábado, que filmava a entrevista para a sua edição online.
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Dias depois de ter sido divulgado este vídeo, o deputado do PS convocou uma conferência de imprensa na Assembleia da República, onde afirmou ter sido alvo de «violência psicológica» durante aquela entrevista, justificando ter «irrefletidamente» furtado os dois gravadores dos jornalistas.
O julgamento de Ricardo Rodrigues está marcado para esta terça-feira, às 09.30h, em Lisboa.
Em caso de condenação, o deputado socialista enfrenta uma pena de prisão de três meses a dois anos, ou multa de 25 a 100 dias.
O Ministério Público deixou de fora a acusação de furto mas considerou que o deputado levou consigo os gravadores para «obstar a que as declarações por si prestadas fossem utilizadas e publicadas».