O filho do futebolista Carlos Martins vai ser internado no IPO na próxima quinta-feira para iniciar os tratamentos que lhe permitirão receber no dia 24 o transplante de medula óssea de que necessita, conseguido através de um dador norte-americano.
O anúncio foi feito hoje por uma equipa médica do Instituto Português de Oncologia (IPO) e pelos pais da criança, depois de na sexta-feira ter sido tornado público o aparecimento de um dador 100% compatível.
O diretor clínico do IPO, João Oliveira, explicou que o filho de Carlos Martins, que tem sido seguido no Hospital D. Estefânia, passa agora a ser seguido no instituto oncológico por uma equipa chefiada pelo médico hematologista Nuno Miranda.
Na quinta-feira será internado, na sexta-feira começa o tratamento de quimioterapia intravenosa, com a duração de quatro dias, depois fica dois dias sem nada e finalmente no último recebe as células de medula do dador, explicou Nuno Miranda.
De acordo com o clínico, a quimioterapia destina-se a «destruir a medula» da criança - já que a sua doença não é do foro oncológico -, para haver espaço para introdução da medula do dador, com o mínimo risco possível de rejeição.
«Após o transplante dá-se aquilo que chamamos de quimera, duas pessoas a viverem no mesmo corpo. Temos depois que medir a quantidade de células do dador e a quantidade de células do hospedeiro», explicou, acrescentando que o objetivo é ter 100% de células de dador.
A taxa de sucesso, que é maior nas crianças do que nos adultos, ronda os 80% a 90%, referiu.
Após o transplante, Gustavo terá que tomar medicamentos imunossupressores (para evitar a rejeição) e deverá ficar internado cerca de quatro semanas, acrescentou o médico.
Após a alta, estes doentes precisam de ser avaliados periodicamente, com visitas diárias ao hospital nos primeiros dois a seis meses.
Um ano depois do transplante, os doentes necessitam de ser revacinados, pois é como se nunca tivesse recebido vacinas, disse o médico, que tem doentes transplantados em 1988 com sucesso, que até hoje continuam a fazer uma visita anual de rotina ao hospital.