Vítor Gaspar disse que «existe um desejo unânime na manutenção da Grécia na área do euro», garantindo que uma possível saída nem foi equacionada na reunião do Eurogrupo.
Após um encontro dos ministros das Finanças da Zona Euro, dominado pelo impasse político na Grécia na sequência das eleições legislativas de 06 de maio, Vítor Gaspar afirmou que «o Eurogrupo deseja ver a formação de um governo na Grécia que possa ter uma maioria parlamentar suficiente para aplicar com sucesso as medidas» acordadas no quadro do programa de ajustamento.
Todavia, sublinhou, «a Grécia neste momento está num processo de transição democrática, que tem de correr o seu curso», e o Eurogrupo tem «respeito total» pelo processo democrático de negociações com vista à formação de um governo de coligação.
Apontando que os parceiros europeus de Atenas acompanharão «com grande proximidade» este processo, Vítor Gaspar garantiu que o desejo de todos é que seja encontrada uma solução que permita a Atenas honrar os seus compromissos.
Até porque, recordou, o apoio prestado pelos seus parceiros é um «apoio condicional», sendo a condição o cumprimento de «um programa de ajustamento que foi negociado com o governo legítimo da Grécia».
O ministro português escusou-se, porém, a «especular» sobre uma eventual exclusão do país da Zona Euro se um futuro governo não cumprir o acordo, afirmando que «a possibilidade de saída da Grécia da área do euro não foi objeto de debate no Eurogrupo de hoje» e «não se discutiram cenários de 'se não, o quê'».
Vítor Gaspar preferiu salientar antes que o apoio do Eurogrupo à Grécia é bem patente nas ações que têm sido tomadas, lembrando que o programa de ajuda a Atenas já justificou desembolsos na ordem dos 150.000 milhões de euros, e ainda recentemente o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) decidiu desembolsar mais 5.000 milhões de euros, devendo nova tranche de 1.000 milhões ser libertada até final de junho.
Tal, indicou, «mostra claramente o empenho e disponibilidade» dos parceiros de Atenas em ajudar a Grécia.