O líder parlamentar do PS diz que, se PM não alterar a atitude no Conselho Europeu em defesa da adenda ao Tratado Orçamental, estará a desrespeitar o mandato da Assembleia da República.
A posição de Carlos Zorrinho foi assumida no debate do projeto de resolução do PS para mandatar o Governo a defender nas instâncias europeias uma adenda sobre crescimento e emprego ao Tratado Orçamental.
«Se a resolução do PS for aprovada e nada mudar na atitude do primeiro-ministro, então o primeiro-ministro não estará a cumprir o mandato desta Assembleia da República», advertiu o líder da bancada socialista.
Numa anterior intervenção, a deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago tinha caricaturado o encontro de sexta-feira entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o secretário-geral do PS, António José Seguro, caracterizando-o como «um chá dançante».
«Ou o PS, que aprovou o Tratado Orçamental, enganou os portugueses, ou foi enganado pelo primeiro-ministro naquele chá dançante de sexta-feira em São Bento», sustentou Ana Drago.
Na resposta, Carlos Zorrinho defendeu que a resolução apresentada pelo PS se destina precisamente a «melhorar e a emendar o Tratado Orçamental», que o PS, «se fosse Governo, não teria agendado», ao contrário do que fez a maioria PSD/CDS.
No entanto, logo a seguir, o presidente da bancada do PS justificou o voto a favor dos socialistas ao Tratado Orçamental da União Europeia por circunstâncias de conjuntura.
«Portugal precisa de financiamento externo e o PS quer que Portugal continue na zona euro e na União Europeu», respondeu Carlos Zorrinho, quando confrontado comas as críticas do Bloco de Esquerda, mas também do PCP e do Partido Ecologista "Os Verdes".