Mais de metade dos comboios urbanos de Lisboa cuja circulação estava prevista até às 22h00 de hoje foram suprimidos, devido à greve dos trabalhadores das bilheteiras e revisores.
A porta-voz da CP, Ana Portela, afirmou à agência Lusa que entre as 00h00 e as 22h00 foram suprimidos 55 por cento dos comboios previstos, o que significa que os restantes 45 por cento circularam.
Os trabalhadores das bilheteiras e revisores dos comboios urbanos de Lisboa estão em greve desde hoje e até sexta-feira, em protesto contra o pagamento de apenas 50 por cento (e não 100) dos dias de feriado e de folga.
Luís Bravo, presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Itinerante Comercial (SFRCI), declarou à Lusa que se tem verificado «uma adesão quase total dos trabalhadores», apontando para «cerca de 75 por cento de comboios suprimidos» cerca das 20h00.
O dirigente sindical disse que «há demasiada indignação dos trabalhadores, pelo facto de, depois de laborarem feriados e folgas e receberem a 100 por cento, terem de devolver 50 por cento [deste valor] desde janeiro».
Questionado sobre se estava satisfeito com a adesão a esta greve, Luís Bravo disse que «ficava contente se não se tivesse realizado a greve e se a CP e a tutela tivessem mantido a lei que estava em vigor».
O responsável afirmou ainda que, «face ao pagamento de apenas 50 por cento dos dias de feriado e de folga, [o sindicato] terá de enviar um pré-aviso de greve para todos os feriados de junho».
Sobre os motivos da greve, o sindicato indicou em comunicado que os trabalhadores das bilheteiras e revisores pretendem ser pagos a 100 por cento nos dias de descanso e feriados, como está estipulado no acordo de empresa.
Depois de informados pela CP de que os ministérios da Economia e das Finanças apenas vão pagar aqueles dias a 50 por cento, e com retroativos a janeiro, os funcionários do serviço comercial da CP disseram sentir-se defraudados.