Caso não seja alterada a forma de pagamento do serviço de transporte de doentes, as direções das dez corporações de bombeiros de Sintra e Amadora ameaçam demitir-se.
As direções garantem que batem com a porta caso a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo não altere a forma de pagamento do serviço de transporte de doentes.
A ameaça foi transmitida à agência lusa por várias fontes dos bombeiros.
De uma reunião realizada na noite de quarta-feira saiu também uma proposta para a realização de uma manifestação em Lisboa, em hora de ponto com os carros de bombeiros.
Na reunião das corporações de Sintra e Amadora foi ainda aprovado um voto de desconfiança à Liga de Bombeiros pela incapacidade manifestada nas negociações com o Ministério da Saúde.
Contactado pela TSF, o presidente da Liga, Jaime Soares, diz que está de consciência tranquila em relação à forma como conduziu as negociações com o Governo e lembra que o acordo estabelecido pode ser contestado, se as associações de bombeiros assim o entenderem.
«Nós assinamos um acordo que é universal, mas não impõe que todas as associações o possam aceitar. Agora o que eu não aceito de forma nenhuma é que se ponha em causa o esforço que foi feito, o conhecimento que foi dado a todos e a forma como as coisas foram tratadas. Se sentem que têm prejuízo têm todo o direito de não aceitar ou tentar que sejam ressarcidos com outros valores», lembrou.
«A Liga está de consciência tranquila, tudo fizemos para que as coisas tivessem outro andamento mas não conseguimos ultrapassar o todo poderoso Governo», afirmou Jaime Soares.
A Liga de Bombeiros assinou, este ano, um acordo com o Governo que fixa o preço do transporte de doentes. Um documento que apenas contempla a taxa de saída e o tempo de espera deixando de fora a taxa de retorno a casa.
Apesar dos valores terem sido atualizados, algumas associações de bombeiros contestaram a eliminação da taxa de retorno.