O ex-ministro congratulou-se por o atual Governo ter concluído a reprivatização do Banco Português de Negócios (BPN) e frisou não o surpreender a sua venda por menos de 180 milhões de euros.
Teixeira dos Santos falava na comissão de inquérito parlamentar sobre a nacionalização e reprivatização do BPN, depois de ter sido questionado pelos deputados Duarte Pacheco (PSD), Pedro Delgado Alves (PS), João Almeida (CDS-PP) e João Semedo (Bloco de Esquerda) sobre como avaliou a decisão do atual Governo de vender o BPN ao banco BIC por 40 milhões de euros.
«Permitam-me que não opine sobre matérias em que não intervim, em que desconheço toda a informação que teve de ser ponderada e suas condicionantes. Tenho consciência de que estas coisas não são fáceis e o mais fácil é estar de fora e achar que faríamos melhor - não quero cair nessa tentação e devo abster-me de comentar», alegou o ex-ministro das Finanças socialista.
No entanto, o ex-ministro do Governo liderado por José Sócrates congratulou-se com o fim do processo de reprivatização do BPN, com a sua venda ao banco BIC.
«Independentemente do juízo que se possa fazer quanto à operação, devo dizer, sinceramente, que acho que foi bom ter finalmente o assunto BPN resolvido», declarou Teixeira dos Santos.
Antes de assumir esta posição, o ex-ministro das Finanças disse que, «atendendo à evolução dos mercados», não o surpreendeu não ter sido possível vender o BPN por 180 milhões de euros - montante que constava na última avaliação feita ainda com o Governo socialista.
«Também penso que não surpreendo ninguém quando digo que tinha pensado que o banco iria custar pouco ao erário público, mas que acabou por custar bem mais. São contingências que nós, no momento em que temos de tomar decisões, não somos capazes de avaliar por não dispormos de toda a informação e por ser muito difícil prever este tipo de processos», justificou.