Este antigo ministro das Finanças lembra que é fundamental cumprir os números do défice orçamental e que é mau não os atingir nem que seja com «excelentes desculpas».
O ex-ministro das Finanças Miguel Beleza considera que a duplicação na queda das receitas fiscais pode comprometer a meta do défice que foi estabelecida, no dia em que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental disse que o défice poderá ter chegado aos 7,4 por cento.
Em declarações à TSF, este antigo titular da pasta das Finanças explicou que esta situação «não é uma catástrofe, mas não é bom, porque o mais importante é o número do défice orçamental que temos de atingir».
«Não convém de todo não chegar a este número, mesmo com excelentes desculpas. É mau se não conseguirmos. Portugal não precisa de alterações substanciais, não precisa de mais tempo e mais dinheiro, mas para isso é preciso cumprir», explicou.
Perante o atual cenário, Miguel Beleza admite que são maiores as possibilidades de o Governo vir a decidir por um aumento adicional de impostos, muito embora não saiba dizer em que imposto é que isso poderá ser feito.
«Há uns que ainda não foram aumentados num passado recente, mas esses já são muito altos», lembrou este economista, que diz que por exemplo um aumento de impostos na energia «não seria simpático».