Milhares de egípcios manifestaram-se hoje no Cairo e em outras cidades para protestar contra as sentenças, consideradas «muito brandos», no processo do ex-presidente Hosni Mubarak e de vários colaboradores, no clima já tenso da eleição presidencial.
No Cairo, a multidão juntou-se na célebre praça Tahrir, mas registaram-se também concentrações em Alexandria (norte), nas cidades do canal de Suez (Suez, Port-Saïd e Ismaïliya) ou ainda em Assiout (sul), segundo as forças de segurança.
A polémica sobre este processo veio tornar ainda mais pesada a atmosfera política da segunda volta da eleição presidencial, a 16 e 17 de junho, em que se confrontam o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, e o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmad Chafiq.
Os apelos à manifestação foram lançados por organizações de jovens laicos pró-democracia e alguns candidatos à Presidência eliminados na primeira volta.
Mubarak e o seu antigo ministro do Interior, Habib al-Adli, passíveis de serem punidos com a pena capital, foram condenados a prisão perpétua. Seis altos responsáveis da Polícia igualmente perseguidos pelo homicídio de cerca de 850 pessoas durante a revolta do início de 2011 foram absolvidos.
As acusações por corrupção que pesavam sobre Mubarak e os seus dois filhos, Alaa e Gamal, não foram consideradas.