O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu hoje que possa haver «auxílio europeu estritamente destinado à recapitalização dos bancos» espanhóis, mas afirmou ter a certeza de que não vai ocorrer nenhum «evento difícil» em Espanha.
No final de um encontro com o primeiro-ministro dos Países Baixos, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, Pedro Passos Coelho manifestou «uma grande confiança» na atuação do Governo espanhol e assinalou que «Espanha tem hoje uma dívida pública inferior à média europeia».
«Estou bastante tranquilo quanto àquilo que o Governo espanhol está a fazer nesta matéria e sigo com muita atenção o que as autoridades europeias têm vindo a fazer também, e tenho a certeza que não estaremos perante um evento difícil que possa ocorrer em Espanha. É preciso é resolver a situação», acrescentou.
Segundo o primeiro-ministro, «é hoje relativamente claro que, se o governo espanhol assim o entender, poderá haver auxílio europeu estritamente destinado à recapitalização dos bancos».
Ressalvando que essa é uma decisão que cabe ao Governo espanhol, Passos Coelho considerou que, «se não houver outra maneira que não a de recorrer aos mecanismos europeus para garantir a recapitalização da banca espanhola, é importante que esses mecanismos funcionem e atuem, porque é para isso que eles existem».
Questionado sobre a forma como Portugal poderá ser afetado, se isso se verificar, o primeiro-ministro começou por responder que «esta é uma situação que afetará Portugal como afetará o resto da Europa», porque «existem muitos outros países que têm exposição aos bancos espanhóis», o que faz com que «o processo de recapitalização seja visto em termos europeus com alguma cautela».