O Banco de Portugal (BdP) afirma, num relatório, que a maioria das empresas portuguesas em dificuldades prefere despedir em vez de procurar outras soluções. Neste caso, o BdP defende que uma redução dos salários pode evitar males maiores.
De acordo com este estudo do BdP, quando se trata de reduzir custos de trabalho, 72 por cento das empresas portuguesas prefere dispensar trabalhadores e 45 por cento das firmas opta por reduzir ou eliminar o pagamento de bónus e outros benefícios monetários, ou não monetários, assim como abrandar ou até congelar a progressão nas carreiras.
O documento revela ainda que, depois de uma situação difícil, 30 por cento das empresas acaba por contratar novos funcionários pagando salários mais baixos do que aqueles que pagava aos trabalhadores que dispensou.
Por fim, 26 por cento das empresas usa como estratégia para reduzir os custos de trabalho, o congelamento do salário base.
O estudo do BdP revela ainda que as empresas que operam nos mercados internacionais acabam por usar estas estratégias mas de forma mais agressiva.
O Banco de Portugal considera que a rigidez salarial não é benéfica para uma política de emprego e aponta, por isso, a flexibilização como o caminho a seguir, estimando que uma empresa tem menos 35 por cento de probabilidades de vir a dispensar trabalhadores se optar por uma estratégia concertada de flexibilização, ou seja, se conjugar o congelamento de salários, com o congelamento da progressão nas carreira e promover contratações mais baratas.