A União Europeia está disposta a renegociar com a Grécia as medidas de austeridade, para evitar que o país saia da zona euro, noticiou hoje a edição alemã do jornal Financial Times, citando fontes comunitárias.
Independentemente do desfecho das eleições legislativas do próximo domingo na Grécia, qualquer futuro executivo vai exigir a renegociação do memorando de entendimento assinado com a "troika", e Bruxelas não se furtará ao diálogo, referiu o mesmo matutino.
Não é claro, no entanto, até onde é a União Europeia está disposta a ir para que Atenas não abandone a moeda única.
O presidente do Conselho Europeu, Herman von Rompuy, reiterou na terça-feira que «se fará o possível para manter a Grécia na zona euro, desde que o país cumpra os compromissos assumidos».
Em discurso pronunciado em Berlim, no mesmo dia, a chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou que se a Grécia não cumprir o programa de austeridade, «não é apenas a sua credibilidade que está em causa, mas a de toda a Europa».
Merkel absteve-se de criticar os atrasos na execução do programa de ajustamento grego - mesmo depois do perdão da dívida e do novo resgate -, como já fez em várias ocasiões anteriores.
Para a maioria dos comentadores políticos alemães, o tom adoptado no discurso de Merkel mostrou uma maior abertura da chanceler ao diálogo com os parceiro gregos, para evitar males maiores, e uma potencial ameaça de implosão da zona euro.
Por vontade dos alemães, a Grécia devia ser afastada do euro, indicou uma sondagem publicada hoje pelo Instituto de Pesquisa YouGov, em que 69 por cento dos inquiridos defenderam esta opinião, e só 17 por cento foram contra um regresso de Atenas à dracma, a anterior moeda grega.