Os juros da dívida soberana espanhola subiram hoje para novos máximos históricos, atingindo os 6,718 por cento para as obrigações a dez anos, segundo dados da agência financeira Bloomberg.
Desde o final da semana passada, os juros da dívida espanhola têm subido aceleradamente. Ainda na terça-feira, os juros das obrigações a dez anos atingiram 6,83 por cento, na altura o valor mais elevado desde a adesão ao euro.
O anúncio de um resgate europeu de 100 mil milhões de euros para a banca espanhola não parece ter tranquilizado os investidores nos mercados financeiros quanto à solidez da dívida de Espanha.
Pelas 13:00 de Lisboa, o 'spread' da dívida espanhola (diferencial face às obrigações alemãs) estava novamente a subir para os 520,5 pontos-base no prazo de dez anos, um valor próximo do máximo histórico.
Numa carta endereçada ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, o chefe do Governo espanhol propôs o aumento da integração bancária e fiscal da Europa.
Mariano Rajoy escreveu que a Europa «está a atravessar a crise mais grave desde a sua criação», sendo urgente «atuar de forma decidida, a nível nacional e como unidade, para enfrentar uma situação cujo desenlace é imprevisível».
O chefe do Governo espanhol afirmou que se está perante uma «fragmentação do mercado financeiro comunitário» e, como consequência, «uma fuga de liquidez dos países da periferia para o centro». «Esta situação é insustentável, imprevisível e poderá levar o euro ao limite», escreveu.