Euro 2012

Imprensa holandesa: eliminação «histórica» de uma seleção «caótica»

A imprensa holandesa lamenta hoje a histórica eliminação da sua seleção na primeira fase do Euro2012 de futebol e não poupa críticas ao que diz ser um «caos«, «jogo individualista» e «pouco acerto» do selecionador Van Marwijk.

«Pela primeira vez na história, a Holanda volta para casa com três derrotas no seu grupo», escreve o diário De Volkskrant, refletindo a deceção generalizada na imprensa do país.

O mesmo jornal abre a secção de desporto com um claro «caos e queda», lamentando «não ter existido um milagre» na última oportunidade da equipa na terceira jornada do grupo B, frente a Portugal (derrota por 1-2).

«Vestidos de negro, a cor do luto, a seleção holandesa fechou ontem [domingo] as portas do 'grupo da morte no Euro2012 de futebol'», acrescenta o De Volksrant.

O diário considera ainda que «a gasolina da equipa terminou ao primeiro quarto de hora» e que à seleção laranja faltou «defesa, condição física e o desejado nível dos atacantes».

Dentro da mesma linha, o jornal NRC Handelsblad diz que a «Holanda não conseguiu aguentar o ritmo» necessário para obter a diferença de dois golos sobre Portugal.

«A Holanda já não está no topo do futebol», considera o jornal De Telegraaf, em referência ao facto de a equipa ter passado de favorita a «piada» da competição.

Os analistas convergem ainda em relação às opções do técnico Van Marwijk: questionam a opção por Van Persie em detrimento de Huntelaar em todos os jogos e quando os críticos já pediam essa mudança desde a derrota com a Dinamarca.

A escolha de Afellay e não de Kuyt, tendo em conta que o primeiro vinha de uma longa lesão, e de Van Bommel, nos dois primeiros jogos, ao invés de Van der Vaart, são outras das críticas ao selecionador.

«Os jogos deste Europeu duraram 70 minutos a mais para a Holanda», refere a televisão BNR, em alusão à fraca condição física da equipa nos três jogos que realizou.

No final a pergunta recai sobre a continuidade de Van Marwijk como selecionador. O diário Trouw atreve-se a escrever que o técnico «sentou-se ontem pela 52.ª e última vez no banco da seleção holandesa», embora a Federação Holandesa tenha rejeitado pronunciar-se sobre o futuro do técnico com quem tinha renovado até 2016.