O risco da dívida espanhola - medido pelo diferencial entre os títulos espanhóis e alemães a 10 anos - e os juros dos títulos a 10 anos continuam em subida imparável, numa situação que está a causar grande preocupação em Espanha.
Desde o início da jornada de hoje o risco da dívida subiu já 60 pontos, atingindo o nível sem precedentes de 584 pontos base ao início da tarde.
A mesma tendência evidencia-se no juro dos títulos a 10 anos que subiu para os 7,23 por cento, valor recorde desde a entrada de Espanha no euro.
Uma situação que está a penalizar fortemente o principal indicador da bolsa espanhola, o Ibex 35, que depois de abrir a crescer 2 por cento está a perder quase 2,9 por cento.
Analistas referem a forte preocupação em torno ao aumento do risco da dívida, com o responsável da mesa de dívida da Ahorro Corporacion, Javier Ferrer, a atribuir o aumento do juro dos títulos espanhóis ao facto de que se mantém a desconfiança face a Espanha.
De fora, disse, tem-se a impressão de que os mercados fecharam a porta ao financiamento a Espanha, algo que só pode ser remediado pelo Banco Central Europeu (BCE) através do retomar do programa de compras de divida soberana no mercado secundário.
Esse programa, que começou em agosto do ano passado, está paralisado desde fevereiro.
Já hoje o ministro da Fazenda espanhol, Cristóbal Montoro, pediu hoje ao Banco Central Europeu (BCE) que responda «com toda a firmeza» à «insistente pressão» dos mercados da dívida soberana, numa jornada de novos recordes no risco espanhol.
«O BCE deve responder com toda a firmeza, com toda a fiabilidade, a esses mercados que continuam a tentar obstaculizar o desenvolvimento do projeto comum do euro», disse Montoro na sua intervenção no Senado onde defendeu o projeto de Orçamento de Estado para 2012.