São mais de 400 os estudantes portugueses que, nesta altura, estudam Medicina na República Checa. Não é por isso de estranhar que, agora que a seleção portuguesa joga com o país que lhes é anfitrião, eles fiquem mais nervosos e ansiosos. A TSF ouviu palavras de confiança mas também de aviso quanto à seleção checa.
A República Checa é o quarto país europeu que mais recebe estudantes portugueses ao abrigo do programa Erasmus. Se em Praga, são mais de duas dezenas no curso de medicina, é na Faculdade de Medicina da universidade inglesa Charles University, em Pilsen, que a comunidade lusa estudantil tem uma maior expressão. Só nessa pequena localidade, situada a 80 quilómetros da capital checa, metade dos alunos são portugueses.
Muitos estudantes têm exames nesta altura mas, na quinta feira, os livros vão ficar de lado por umas horas.
António Serrano está a concluir o terceiro ano de medicina e, estando há três anos em Pilsen, «vai ser um bocado estranho assistir à equipa do meu país jogar contra a seleção do país que me acolheu» mas «quero claramente que Portugal ganhe».
Este aspirante a médico não hesitou em reunir o máximo de estudantes para que, juntos, gritassem mais alto por Portugal na Praça Central de Pilsen, onde foi instalado um ecrã gigante para transmitir o jogo.
Admite que vai ser «estranho assistir ao jogo da seleção sem os tremoços ou a tradicional cerveja portuguesa» mas reconhece, com alguma pena, que tem de haver adaptações ao país onde está, pelo que «a Sagres ou a Super Bock terão de ser substituídas por uma Pilsener e, em vez dos tremoços ou dos caracóis, haverá lugar às salsichas checas».
O aluno do curso de Medicina está confiante que Portugal passe para as meias finais do Euro 2012 mas avisa que não vai ser um jogo fácil porque «a seleção checa vai jogar muito à defesa, apostando no contra-ataque e assim Portugal vai ter muito pouco espaço». António Serrano espera que Cristiano Ronaldo e Nani «estejam particularmente inspirados»
Marta Miranda, aluna do primeiro ano da Segunda Faculdade de Medicina de Praga, da Charles University, vai mais longe e não hesita em afirmar que «os três jogos da seleção portuguesa foram muito diferentes» e por isso acredita que «Portugal tem capacidades para ganhar este jogo» com a República Checa.
Para Rita Palma, colega de curso de Marta Miranda, a vitória da equipa das quinas é muito importante mas «não gostava que fosse por muitos golos».
Esta estudante de 20 anos quer apoiar a seleção portuguesa de uma maneira contida porque a «tratam muito bem naquele país», pelo que o resultado «pode ficar pelos 1-2 ou 2-3 para Portugal, o suficiente para passar às meias finais».