O Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro foi alvo em maio de uma inspeção diplomática acompanhada por inspetores da Polícia Judiciária portuguesa, desconhecendo-se ainda publicamente as suspeitas em causa, segundo um deputado do PS.
A situação chegou ao conhecimento do deputado socialista Paulo Pisco na sequência de uma visita que efetuou ao Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro a 17 de junho, o que o levou a dirigir hoje um requerimento ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, a solicitar informações sobre o caso.
Segundo o requerimento, a que a agência Lusa teve acesso, «o Consulado-Geral do Rio de Janeiro desde há bastante tempo que era objeto de queixas da comunidade portuguesa devido a problemas e dificuldades relacionados com o atendimento consular, suscitando até no passado recente algumas inspeções diplomáticas».
«Entre as queixas e críticas mais frequentes feitas pela comunidade portuguesa estavam os problemas e dificuldades no atendimento, a demora para a obtenção de documentos e o favorecimento de algumas pessoas exteriores ao consulado para a resolução de alguns problemas», acrescenta o documento.
Paulo Pisco refere também que, na sequência da visita que efetuou recentemente ao Consulado-Geral, soube que «uma nova inspeção diplomática acompanhada de agentes da PJ esteve no consulado no passado mês de maio, muito pouco tempo depois de o novo cônsul-geral assumir funções».
«A presença de uma nova inspeção diplomática acompanhada de agentes da Polícia Judiciária (PJ) suscita a maior apreensão» e «evidencia certamente suspeitas graves de irregularidades ou situações anómalas», lê-se no requerimento.
Nesse sentido, Paulo Pisco solicita ao ministro Paulo Portas que esclareça, nomeadamente, «que tipo de suspeitas de irregularidades ou situações anómalas motivou a ida da PJ ao Consulado-Geral do Rio de Janeiro».
Contactado pela Lusa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu que está a recolher informações sobre este caso e remeteu para sexta-feira eventuais esclarecimentos.
A Procuradoria-Geral da República também foi contactada sobre o assunto, mas não deu qualquer resposta até ao momento.