Política

Convenção autárquica do PSD/Lisboa termina com duras críticas ao Governo

Todo o dia reunidos em Sintra, na Convenção Autárquica do PSD/Lisboa, o ministro Miguel Relvas e o vice-presidente do partido, que também marcaram presença, tiveram que ouvir duras criticas dos autarcas à atuação do Governo.

Todos ressalvam que são completamente solidários com o primeiro-ministro, Passos Coelho, e com o Governo, no entanto depois desta frase vêm sempre um "mas".

«Mas há momentos em que o próprio Governo tem que começar a agir de uma forma diferente, nomeadamente em questões de fazer acontecer. Começa a sentir-se por parte de alguns membros do Governo um bloqueio ao nível da tomada de decisões», afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais e antigo líder da distrital de Lisboa.

Depois de aberta a porta às críticas. O Governo está a falhar e o "dedo em riste" foi apontado aos ministros independentes.

«Há necessidade de os membros do Governo que não têm filiação partidária entenderem o que também é a política porque muitos deles tiveram agora a sua primeira aproximação à política executiva», destacou Carlos Carreiras, sem pronunciar nomes. Mas todos na sala leram nas entre linhas críticas ao ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.

«Têm que ter noção clara que não estão no Governo por serem técnicos, mas porque são políticos», concluiu.

Abertas as hostilidade foi também aberto o rol de críticas dos autarcas do PSD contra o executivo da sua cor política. Desde o mapa judiciário, ao facto de não se ouvir o que os autarcas têm para dizer e de ninguém explicar em detalhe o que está a ser feito em termos de reforma autárquica.

A frontalidade das críticas mereceu vivos aplausos da plateia e sorrisos incomodados tanto do ministro Miguel Relvas, como de Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD.