As Organizações Não-Governamentais estão preocupadas com a conservação da natureza em Portugal porque só têm dinheiro até ao final do ano para os projetos financiados pela Comissão Europeia.
A conservação da natureza em Portugal, feita pelas ONG's, está com "a corda na garganta". O financiamento comunitário ao abrigo do programa "LIFE", na ordem dos cinco milhões de euros, este ano só deu aval a uma candidatura, outras 25 foram chumbadas.
O diretor-geral da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Luís Costa, não compreende os critérios de avaliação.
«É estranho e, de certa maneira, é revoltante porque é um fonte importantíssima, de que depende a conservação da natureza em Portugal, e temos tido bons projetos. Temos tido prémios e galardões por termos 'os melhores LIFE's' da Europa, portanto é difícil entender como é que de repente não vêm mais aprovações para Portugal», comentou.
«É um trabalho que se perde se não for continuado. Além de muitos postos de trabalho dependerem destes projetos», referiu.
Mas os problemas de financiamento não vêm só de Bruxelas. Também «os co-financiamentos nacionais» não estão a facilitar a vida ao trabalho de conservação da natureza.
Luís Costa revelou que o Ministério do Ambiente está ocorrente deste problema com Bruxelas, mas a ministra Assunção Cristas ainda não apresentou qualquer solução.
A este caso junta-se a Quercus, que vai pedir à Comissão Europeia a reavaliação de alguns dos projetos que este ano não tiveram financiamento.
Paulo Lucas, da Associação Ambientalista, lembrou à TSF que há entre os 26 projetos que se candidataram trabalhos importantes para a biodiversidade nacional e por isso devem ser reconsideradas as candidaturas.
Contactado pela TSF, o Ministério do Ambiente diz, numa nota que a Comissão Europeia tem critérios bem definidos para a atribuição de financiamento no âmbito do programa LIFE - para projetos de conservação da natureza.