A Alemanha e a França vão partilhar, em sistema rotativo, a presidência do eurogrupo, que será assumida pelo ministro das finanças alemão, sucedendo a Jean-Claude Juncker, noticia o Der Spiegel.
O compromisso permite resolver o impasse em torno de um dos postos mais importantes da política europeia, que estava a ser disputado, simultaneamente, por Berlim e Paris, depois de Juncker anunciar que tenciona retirar-se após cumprir o mandato, no final do mês.
Wolfgang Schäuble já se tinha disponibilizado para suceder ao primeiro- ministro luxemburguês, mas o compromisso entre a chanceler Angela Merkel e o presidente francês, François Hollande, prevê agora que o ministro das finanças gaulês, Pierre Moscovici, substitua o seu homólogo alemão, a meio do mandato.
Hollande bloqueou a eleição de Schäuble para novo chefe do eurogrupo, logo após a sua eleição para chefe de Estado francês, e exigiu também que o cargo seja exercido a tempo inteiro, pela importância que entretanto assumiu, mas esta pretensão continua a ser recusada por Berlim, adianta adiantou ainda o Der Spiegel.
Merkel tinha dado o seu apoio a Schäuble para liderar o eurogrupo, na última primavera, ainda antes das eleições gaulesas, logo que Juncker anuncia que não queria continuar, mas segundo o magazine alemão está agora disposta a aceitar um consenso com Paris.
Os dois políticos reúnem-se no domingo em Reims, nas celebrações do cinquentenário da chamada Missa da Reconciliação, ato simbólico em que o chanceler alemão Konrad Adenauer e o presidente francês Charles de Gaulle, reataram a amizade entre os dois países vizinhos, após a II Guerra Mundial.
O matutino francês Le Figaro noticiou também que o futuro chefe do eurogrupo deverá adquirir mais poderes, e que Merkrl e Hollande chegaram a acordo para reforçar o cargo, a partir do próximo ano.
O futuro presidente do eurogrupo deverá assim ser equiparado ao presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e à diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Christine Lagarde, passando a ter lugar nas reuniões do G-8 e do G-20, por exemplo.