Saúde

Autarcas queixam-se de não terem sido ouvidos sobre fecho de urgências

Vários autarcas, contactados pela TSF, afirmam que não foram auscultados no estudo que poderá conduzir ao encerramento dos serviços de urgências em 12 concelhos do país.

A proposta já está no Ministério da Saúde que sublinha que ainda nada está decidido.

Os autarcas de Lagos, de Peniche e do Montijo lamentam não terem sido ouvidos no levantamento feito por um grupo de peritos para a reorganização da rede dos serviços de urgência.

Estes concelhos fazem parte de um total de 12 que perderão estes serviços nos respetivos hospitais se as recomendações forem seguidas.

António José Correia, o presidente da Câmara de Peniche, lamenta ter conhecido os resultados pela comunicação social e nunca ter sido consultado.

O autarca de Lagos também se queixa de não ter sido ouvido. Júlio Barroso sublinha que a urgência instalada no concelho a que preside também serve outras localidades. Por isso, pelo dano que causaria, acredita que o Ministério da Saúde não avançará com a medida.

Maria Amélia Antunes, a presidente da Câmara do Montijo, lembra que há poucos anos foi assinado um protocolo com o Ministério da Saúde que prevê a existência de um serviço de urgência básico no concelho.

A autarca lamenta ainda que a Câmara do Montijo não tenha sido consultada pelos peritos que estudaram a rede nacional de emêrgencia e urgência.

Ouvido também pela TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos diz não conhecer o conteúdo do estudo, mas não esconde que teme um excesso de encerramentos dos serviços de urgência. José Manuel Silva pede, por isso, ao Governo para que lhe envie o documento, porque a ordem é uma voz importante que não pode ser ignorada neste processo.

Na ronda por autarquias que estão no mapa do encerramento de serviços de urgência, o presidente da Câmara de Santo Tirso, Castro Fernandes, diz que no concelho dele, a avançar, a medida seria deitar dinheiro fora.

O autarca de Santo Tirso deixa ainda um aviso a população do concelho, que também corre o risco de ficar sem tribunal, está a perder a paciência.

Sobre esta proposta concreta para o encerramento de 12 urgências, o Ministério da Saúde contactado esta manhã pela TSFsublinhou que nenhuma decisão está tomada.

No final do processo de discussão, o ministério pode até concluir que o mais indicado será manter todas as urgências em funcionamento. A decisão final será tomada antes do final do ano