O presidente da Comissão Parlamentar de Educação entende que houve uma «quebra de lealdade» por parte dos professores e considerou que os protestos destes foram «preparados».
Dezenas de professores foram retirados, esta quinta-feira, da Sala do Senado do Parlamento após se terem manifestado contra o ministro da Educação, que se preparava para uma última intervenção na Comissão Parlamentar de Educação.
O presidente desta comissão parlamentar pediu a intervenção da PSP para que os docentes fossem retirados e lamentou a «quebra de lealdade», pois todos sabem que ninguém se pode manifestar-se nas sessões do Parlamento.
«Sabem perfeitamente quais são as regras na Assembleia. Peço à PSP que evacue as galerias. Estamos a assistir a uma quebra de lealdade verdadeiramente deplorável, porque manifestamente foi preparada», afirmou o deputado do CDS, Ribeiro e Castro.
Perante os protestos dos docentes, que vaiaram o ministro Nuno Crato, os partidos da maioria parlamentar lamentaram estes protestos, uma vez que os consideraram uma «encenação».
O social-democrata Emídio Guerreiro lembrou que os professores nas galerias «foram conduzidos para as mesmas por assessores parlamentares».
Por seu lado, Michael Seufert, do CDS, explicou que o protesto aconteceria independentemente do que Nuno Crato viesse dizer ao Parlamento.
Por seu lado, a deputada socialista Odete João concordou que o Parlamento tem regras, mas disse que compreendia o «direito à indignação» dos professores.
Os docentes que acompanharam a intervenção de Nuno Crato na Assembleia da República, entre os quais se encontrava Mário Nogueira, líder da FENPROF, exibiram panos negros e cartazes que lembraram que os docentes estão em luta.
Após estes acontecimentos, o titular da pasta da Educação decidiu desvalorizar os protestos dos professores, lembrando que se vive em democracia e que, por vezes, alguns se decidem «exprimir-se de maneiras que não são as melhores».