A CGTP anunciou hoje a realização de uma marcha de protesto contra o desemprego entre os dias 5 e 13 de outubro, começando em Braga e terminando em Lisboa.
A informação sobre esta ação de luta, que terminará dois dias antes do fim do prazo para o Governo entregar, no Parlamento, o Orçamento do Estado para 2013, foi dada pelo secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, numa conferência de imprensa, em Lisboa, destinada a apresentar dez medidas de combate ao desemprego.
«O desemprego é um flagelo que afeta grande parte das famílias portuguesas. Neste momento, mais do que constatar, é preciso agir, identificando o problema e apresentando soluções porque hoje, mesmo aqueles que têm emprego, não têm a segurança de amanhã o continuarem a manter e correm o risco de ficar na situação de 1,2 milhões de pessoas de desemprego real em Portugal», afirmou Arménio Carlos aos jornalistas.
Neste sentido, «a CGTP entendeu que hoje era o momento certo para anunciar ao país e, particularmente, fazer um apelo aos trabalhadores em geral e às populações para que apoiem a marcha contra o desemprego», que começa em Braga no dia 5 de outubro e que termina em Lisboa, no dia 13.
Arménio Carlos reconheceu que «ninguém é ingénuo» e admitiu que as datas escolhidas não são uma «coincidência», pelo contrário.
«Esta é uma marcação de uma posição da CGTP em vésperas do Orçamento do Estado para demonstrar que há propostas e alternativas e que também compete à Assembleia da República e ao Governo pegar nestas propostas, analisá-las, e criar as condições para que as mesmas sejam suscetíveis de ser analisadas e contempladas no Orçamento do Estado», sustentou o sindicalista.
A CGTP apresentou hoje dez medidas de combate ao desemprego que passam, nomeadamente, pelo aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) e das prestações sociais, como forma de promover o consumo interno e dinamizar a economia, e que a Central pretende apresentada ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ao Presidente da República, Cavaco Silva, ao ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, e a todos os partidos com assento parlamentar.
Numa altura em que a taxa de desemprego em Portugal se situa nos 14,9 por cento, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao primeiro trimestre do ano, a CGTP defende também o reforço do papel dos centros de emprego.
«É vergonhoso que os centros de emprego continuem a divulgar propostas de emprego altamente qualificadas com ofertas de salários que rondam o SMN. Isto é a desqualificação das profissões, é a desvalorização dos profissionais e simultaneamente é a desvalorização do trabalho. Esta é uma lógica que prevê o esmagamento dos salários e do poder de compra das famílias nos próximos tempos», referiu.
A redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a revogação da legislação laboral, uma fiscalização mais apertada e o prolongamento da atribuição do subsídio social de desemprego a todos os desempregados sem proteção social «enquanto durar a crise» são outras das medidas hoje apresentadas por Arménio Carlos.