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Madeira: 400 focos de incêndio desde 3ª feira, avança governo regional

Incêndios na Madeira Global Imagens

O secretário regional dos Assuntos Sociais na Madeira, Francisco Jardim Ramos, afirmou hoje que, desde a noite de terça-feira, surgiram na região 400 focos de incêndios e que apenas o das Achadas da Cruz se mantém ativo, mas «controlado».

Numa conferência de imprensa ao final da tarde para fazer o balanço das consequências dos fogos que deflagraram nos últimos dias na ilha da Madeira, o governante salientou que as chamas danificaram 40 casas habitadas, 15 das quais ficaram completamente destruídas, além de outros 15 imóveis que se encontravam desabitados. Além disso, o Instituto Português de Seguros informou que foram ativados até ao momento 11 processos.

«Para apoiar as pessoas que não têm cobertura de seguro, o Governo Regional vai ativar os programas PRIDE [apoio à recuperação de imóveis degradados] e Prohabita [financiamento para acesso à habitação], tendo sido contactado já o Governo central», informou Jardim Ramos.

O responsável salientou que existe ainda «uma bolsa de 50 habitações» que estão sob tutela da Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) e mais 14 fogos disponibilizados pelo Grupo Pestana que serão utilizados de forma temporária e transitória, até as famílias que ficaram desalojadas terem a sua situação habitacional definida.

«O IHM vai assumir os encargos com as ligações do gás, água e energia desses fogos para que o realojamento das pessoas se faça o mais rapidamente possível», explicou.

O responsável anunciou que a partir de terça-feira será «intensificada a ação de vigilância e limpeza, com o apoio das Forças Armadas», dos locais afetados pelos incêndios e que também estão no terreno equipas mistas de assistentes sociais e psicólogos para apoiarem as pessoas que passaram por essas situações «traumáticas».

O secretário regional destacou igualmente o «trabalho extenuante» das forças e entidades envolvidas no combate aos incêndios, bem como dos voluntários, apelando às pessoas que estejam vigilantes e ativem o 112 se eventualmente observarem alguém a fazer fogo, visto que neste momento essa situação «está completamente proibida», ou denotem algum cenário suspeito.

Jardim Ramos mencionou ainda, no que diz respeito a desalojados, que «existem várias famílias que estão com familiares ou amigos, estando neste momento seis nas instalações do Regimento de Guarnição n.º 3 do Funchal».

Segundo o governante, as equipas estiveram hoje a trabalhar para inventariar cada caso e ver que tipologia de habitação atribuir a cada uma delas. «As ligações de água, luz e gás serão efetuadas terça-feira», apontou.

«Um dos objetivos é que as famílias fiquem o mais próximo possível das suas habitações», realçou.

Ainda sobre as casas destruídas, enunciou que no Funchal uma casa ficou totalmente danificada e outras duas parcialmente, sendo as restantes nos outros concelhos, sobretudo Santa Cruz.

No que se refere ao incêndio ainda ativo nas Achadas da Cruz, no concelho do Porto Moniz, estão no local 70 homens e seis viaturas, meios que, somados aos que se encontram nos outros focos em fase de rescaldo, perfazem um dispositivo total de 110 homens e 13 viaturas no terreno, disse à Lusa o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, Luis Neri.