A pedido do Governo, os autarcas dos concelhos algarvios mais afetados pelos incêndios reuniram hoje com o ministro Miguel Relvas para dar conta dos estragos provocados pelos fogos.
Depois de uma reunião de hora e meia com o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e seis secretários de Estado, os autarcas dos concelhos algarvios São Brás de Aportel e Tavira esperam agora ajuda de Lisboa.
Para já vão fazer o levantamento de todos os prejuízos, mas o autarca de Tavira, Jorge Botelho, lembra que há prioridades.
«Ficou estabelecido que imediatamente a preocupação é repor as condições de vida, de alimentação, as necessidades mais imediatas das populações afetadas, nomeadamente as que ficaram sem nada, isso é um levantamento urgentíssimo. Depois a segunda intervenção será na área das habitações ardidas ou perdidas e os anexos, e a terceira será a da reflorestação, da reposição do material produtivo», revelou.
«O importante é que nós, neste momento, não percamos fio à meada e a ideia de que é fundamental nesta fase apoiar as populações que perderam tudo», frisou Jorge Botelho.
Os autarcas e as direções regionais terão que ter o trabalho de campo concluído até à próxima sexta-feira, altura em que haverá uma nova reunião no Algarve com secretários de Estado de várias áreas.
O presidente da Câmara de São Brás de Aportel, António Eusébio, diz que a colaboração tem que ser mútua e que não pode acontecer como nos incêndios de 2004 em que as pessoas poucos ou nenhuns apoios receberam.
«Que houvesse efetivamente uma resposta financeira que auxiliasse eficazmente as famílias porque em 2004 e 2009 tal não aconteceu. Vamos trabalhar da melhor maneira com o Governo. É preciso olhar em frente e tentar arranjar soluções. Espero que desta vez as coisas sejam diferentes», afirmou António Eusébio.
No total os autarcas algarvios estimam que tenham ardido 27 mil hectares, quase 50 por cento do território de São Brás de Aportel e um terço do território de Tavira.