A agência de notação financeira Moody's baixou as perspetivas do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), colocando-as em «negativo», informou a instituição.
A Moody's explicou que a decisão reflete a revisão em queda das perspetivas da Alemanha, Holanda e Luxemburgo, os três principais financiadores do FEEF, o fundo de resgate temporário da zona euro.
A Moody's disse que, apesar de as alterações das perspetivas destes países "implicarem um aumento da probabilidade de o 'rating' do FEEF poder ser cortado nos próximos 12 a 18 meses", para já as notas mantém-se inalteradas.
"Os riscos que iriam afetar negativamente a capacidade de conceder crédito do FEEF, o que conduziria a uma queda do 'rating' do Fundo, incluem a degradação da capacidade creditícia dos Estados-Membros que participam na área do euro", refere a Moody's.
"As perspetivas ['outlook'] do 'rating' do FEEF podem voltar para estáveis se as perspetivas dos 'ratings' dos países com grandes contribuições para o FEEF e que têm AAA [a nota mais elevada] - Alemanha, Holanda e Luxemburgo - forem alteradas para estáveis", acrescenta a agência.
A decisão surge um dia depois de a Moody's ter baixado as perspetivas para as economias da Alemanha, Holanda e Luxemburgo de "estáveis" para "negativas".
A Moody's disse que estes países (todos têm atualmente AAA) estão ameaçadas pelos problemas que a zona euro enfrenta, nomeadamente uma possível saída da Grécia do euro.
"Mesmo que tal acontecimento seja evitado, existe uma probabilidade cada vez mais forte de que seja pedida ajuda para outros Estados da zona euro, nomeadamente Espanha e Itália", considera a Moody's, acrescentando que "o fardo" deverá pesar sobre os Estados-Membros tidos como mais solventes.
Quando as perspetivas das agências de notação financeira estão em terreno negativo, isso significa que o 'rating' atualmente atribuído pode vir a sofrer cortes no curto prazo.