A justiça iraniana condenou à morte quatro dos quase 40 envolvidos na maior fraude financeira de sempre do país. A decisão dos juízes fica ainda marcada por duas condenações a prisão perpétua e a um número não revelado de condenações a 235 anos de cadeia. A burla foi revelada em Setembro e valia mais de dois mil milhões de euros.
A grande burla aconteceu no maior banco comercial do Irão. Os criminosos falsificavam documentos para conseguirem empréstimos. O dinheiro era depois usado para financiar dezenas de empresas e terá mesmo servido para a compra de empresas do estatais.
Mas não foi só por ser a maior fraude do Irão que o caso se tornou um escândalo.
O presidente do Banco renunciou ao cargo e vive no Canadá, tem uma casa avaliada em três milhões de euros. Para quem diz combater a corrupção, sendo o Banco pertença do Estado, o caso tornou-se incómodo politicamente.
Não foram divulgados os nomes dos condenados mas sabe-se quem é o líder do esquema e a oposição afirma que ele é próximo do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Os opositores mais ortodoxos, que se juntam em torno do Ayatolá Ali Jamenei, afirmam que a onda de privatizações foi para beneficiar amigos da elite política.
A sentença chega num momento em que o sector financeiro internacional está sob os holofotes. O "escândalo Libor", iniciado pelo Barclays, promete envolver outros bancos, enquanto o HSBC se vê a braços com um esquema de lavagem de dinheiro.