A greve dos trabalhadores de vários portos portugueses, que começa à meia-noite de terça-feira, obrigou ao desvio de cinco navios do Porto de Lisboa.
« Ainda é cedo para avançar dados do impacto da greve», começou por dizer à agência Lusa o presidente do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM).
João Carvalho acrescentou depois que no Porto de Lisboa foram desviados cinco navios e quatro vão esperar pelo final da greve para iniciarem as suas operações.
O responsável afirmou não ter dados sobre os restantes portos que estão abrangidos pelo pré-aviso de greve (Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal, Sines e Caniçal, na Madeira).
Os trabalhadores portuários portugueses começam à meia-noite uma greve contra a revisão do regime jurídico do trabalho portuário, que vai prolongar-se até às 08:00 de quarta-feira.
O vice-presidente da Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários (Fesmarpor), Vítor Dias, explicou à Lusa que, atualmente, os trabalhadores portuários executam todo o tipo de tarefas até ao momento em que a carga embarca no navio. Com a reforma, o Governo quer que os trabalhadores portuários façam apenas o trabalho a bordo.
"O que o Governo pretende é deixar sem ocupação cerca de 50 por cento dos trabalhadores portuários e ir buscar trabalhadores sem qualquer tipo de qualificação" para desempenhar as restantes tarefas, acrescentou o dirigente sindical.
Quanto à participação no protesto, o vice-presidente da Fesmarpor prevê níveis elevados: "Os portos quando paralisam, paralisam na totalidade".
A Fesmarpor representa 600 dos 800 trabalhadores portuários portugueses.