Os trabalhadores portuários espanhóis dizem que as medidas defendidas por Lisboa abrem caminho a que outros países imponham uma política de liberalização sobre a atividade portuária.
A Confederação Sindical dos Trabalhadores Portuários Espanhóis ameaça estender a greve dos estivadores portugueses a todos os portos europeus se o Governo português insistir nos contratos de curta duração e no trabalho intermitente.
Numa carta dirigida ao secretário de Estado português dos Transportes, esta confederação disse estar surpreendida e preocupada com as medidas defendidas por Sérgio Monteiro para o setor.
Na base esta ameaça, está o facto de os trabalhadores espanhóis acharem que as medidas defendidas por Lisboa abrem caminho a que outros países imponham uma política de liberalização sobre a atividade portuária, usando a crise como pretexto.
Nesta carta a que o Jornal de Negócios teve acesso, os trabalhadores portuários espanhóis dizem estar disponíveis para participar em mais ações de protesto de forma a que a União Europeia perceba que se o governo português insistir nestas medidas todos os portos europeus vão fazer greve.
A Confederação Sindical dos Trabalhadores Portuários Espanhóis lembra ainda que um conflito social desta natureza seria fatal para a recuperação económica europeia.
Estes trabalhadores perguntam ainda nesta missiva o que o secretário de Estado Sérgio Monteiro queria dizer quando disse que Portugal vai ser um campo de testes para que a União Europeia quer fazer no mercado europeu.