O deputado bloquista considera que a decisão de Francisco Louçã, de abandonar a liderança do Bloco de Esquerda, não surpreende e é uma «atitude profundamente democrática».
O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, anunciou a noite passada que não se recandidatará na próxima Convenção, sustentando que «é tempo de uma renovação» do partido, com uma direção liderada por um homem e uma mulher.
Um dos nomes apontados para suceder a Louçã na liderança do partido é o de João Semedo.
Em declarações à TSF, o deputado bloquista comentou a decisão de Francisco Louçã, sublinhando que seguiu princípios republicanos.
«É um anúncio natural, que não surpreende. Em Democracia, os princípios republicanos do limite temporal do exercício de qualquer responsabilidade política devem ser respeitados e cumpridos por todos os protagonistas políticos. É exatamente isso que Francisco Louçã faz neste momento (...). Portanto acho que é uma atitude profundamente democrática», referiu.
O deputado João Semedo afastou ainda a ideia de que a decisão de Louçã esteja associada aos resultados do Bloco nas últimas eleições.
«O Bloco de Esquerda não depende de resultados eleitorais. Em Democracia há há vitórias e há derrotas, há coisas que corram bem e que correm mal. A cultura do Bloco e da esquerda é que quando ganhamos, ganhamos todos, e quando perdemos, perdemos todos», defendeu.
«Portanto, não vejo nenhum relação entre os resultados das eleições de 2011 com a decisão que o Francisco [Louçã] anunciou. São situações completamente independentes uma da outra», rematou João Semedo.
Quando à possibilidade de suceder a Louçã na liderança do partido, João Semedo não abre o jogo, dizendo apenas estar confiante no futuro do Bloco.
«Reconhecendo eu a dimensão dessa contribuição, do Francisco e de todos os outros fundadores, julgo que eles continuarão a contribuir para a atividade e luta do Bloco. Portanto tenho dificuldades em dizer que há um Bloco antes e um Bloco depois. Eu olho para o futuro do partido com imensa confiança», afirmou.