Ambiente

58% do território continental em seca extrema em julho

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Portugal continental estava no final de julho com 58% do território em seca extrema, 26% em severa, 15% em moderada e 1% em fraca, segundo o último relatório do ministério da Agricultura.

No nono relatório de acompanhamento dos impactos da seca, regista-se o aumento de 129% de importação de energia elétrica e as previsões de quebras significativas nas produções das culturas forrageiras, dos prados e das pastagens.

Datado de 14 de agosto, o documento reporta-se à situação de Portugal continental a 31 de julho, destacando o aumento dos incêndios florestais, «pese embora que a sua ocorrência não se deva, somente, à seca».

Devido à altura do ano em que os valores médios mensais da chuva são reduzidos, lê-se no texto que não se esperam «melhorias significativas da situação de seca».

Em termos meteorológicos, regista-se uma «certa estabilidade, com ligeira melhoria no Norte e no Centro interior».

Quanto às disponibilidades hídricas das albufeiras para regas, há «problemas pontuais no Sul», como Silves, Lagoa e Portimão, além de Odivelas. Porém, têm-se encontrado «soluções».

Em Lucefecit, no distrito de Évora, atingiu-se o nível crítico e, por isso, implementada uma segunda fase do Plano de Rateio (divisão proporcional), estando a ser preparadas operações para ultrapassar os problemas.

«Face à seca de 2005, com características diferentes da atual, existem áreas em que não tem sido necessário intervir, como é o caso do abastecimento de água para consumo humano», lê-se.

Em julho, a precipitação média foi inferior ao valor médio normal de 1971-2000, embora o Norte tenha registado mais chuva, cerca de 58% em relação ao valor normal, enquanto a Sul os registo «foram muito baixos, não se verificando sequer precipitação em diversos locais».

Na comparação entre janeiro e julho de 2011, este ano a produção de hídrica foi 62% inferior, o que implicou um aumento de 129% de importação de energia elétrica.

Na evolução da atividade agrícola, o Alentejo e o Algarve registaram, na sua grande maioria, prados e pastagens naturais esgotados.

No regadio a «situação é ligeiramente melhor».

Quanto a culturas de outono/inverno, confirmam-se quebras na produção de grão para a generalidade dos cereais e em algumas zonas a sua qualidade é inferior à normal, enquanto nas culturas hortícolas pode haver quebra de produção.

Por exemplo, a maçã Bravo de Esmolfe deverá vir a registar quebra de produção relevante no Centro, nos olivais de sequeiro. A quebra já aconteceu com a cereja, pêssego e a ameixa na maioria das zonas onde são plantados e no mel.

A quebra de produção de citrinos no Algarve teve uma quebra entre 15 a 30% em relação a um ano normal e os frutos são mais pequenos.

Redação