Economia

Acionistas do BES aprovam financiamento até 550 ME

Os acionistas do BES deram hoje autorização à administração do banco para fazer um empréstimo obrigacionista com garantia do Estado que pode ir até 550 milhões de euros.

Este ponto, o número um da ordem de trabalhos, foi aprovado na assembleia-geral extraordinária do BES que decorreu esta manhã em Lisboa, e que contou com a presença de 69,95 por cento do capital social.

«Foi aprovada a supressão do direito de preferência dos acionistas, caso o Conselho de Administração venha a deliberar um aumento de capital social, nos termos do número 2 do artigo 4º do contrato de sociedade, com vista à incorporação de créditos do Estado português decorrentes do eventual acionamento da garantia relativa à emissão de obrigações não subordinadas no montante máximo de 550 milhões de euros», informou o banco na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Com a aprovação deste ponto, a administração do BES (liderada por Ricardo Salgado) pode fazer uma nova emissão obrigacionista com garantia do Estado. Caso o banco não cumpra junto dos credores, o Estado assume essa responsabilidade ficando, em troca, como acionista do BES.

Quando anunciou a assembleia-geral extraordinária ao mercado, no final de julho, o BES disse que a emissão de obrigações permitirá ao banco «reforçar o cumprimento das suas obrigações no âmbito das suas operações de financiamento colateralizadas» e justificou o recurso à garantia do Estado pela atual conjuntura de «agravamento das condições financeiras de Portugal».

O BES tem como acionista principal a Bespar ('holding' da família Espírito Santo), que detém 35,29 por cento do capital do banco, seguida do francês Crédit Agricole, com 10,81 por cento.

O Bradesco (através da Bradport, com 4,83 por cento), a sociedade britânica Silchester International (5,79 por cento) e a Portugal Telecom (2,0 por cento) são os restantes acionistas de referência.

Redação