Perante a derrapagem das contas públicas, o presidente da CIP, António Saraiva, disse hoje que é preciso imaginação e flexibilização da troika para encontrar uma solução.
À saída da reunião com técnicos da troika, António Saraiva, frisou que «apesar de todo o clima de austeridade e de Portugal ter cumprido as metas a que estava obrigado, ficou provado que não foi suficiente».
Nesse sentido, acrescentou António Saraiva «vão exigir muito imaginação da troika, vão exigir muita flexibilização mental para que se encontrem soluções porque sendo certo que Portugal tem que ser um bom exemplo, da mesma maneira que temos sido um bom aluno, se o programa de ajustamento que se desenhou para Portugal, não funcionar, é a própria União Europeia que tem que repensar o seu modelo de funcionamento».
«Porque é a própria União Europeia que tem de encontrar formas, não apenas para Portugal, mas para a própria União», rematou.
O presidente da CIP disse ainda que as questões do défice não foram abordadas na reunião, mas questionado sobre novas medidas de austeridade, António Saraiva limitou-se a dizer que deixou um conjunto de documentos com propostas da CIP para melhorar a situação das empresas remetendo para segunda-feira mais explicações na reunião com os parceiros sociais.
A troika está em Portugal para a quinta avaliação do programa de ajustamento e numa altura em que o desvio nas receitas fiscais já levou o Governo a admitir que não será possível cumprir a meta orçamental prevista para este ano, de 4,5 por cento do PIB.
A transferência de cada tranche do pacote de ajuda está dependente de um resultado positivo do processo de revisão. Segundo o programa, a próxima tranche deverá ascender a 4.300 milhões de euros.