O Governo já preparou um manual, dirigido aos gabinetes dos ministros, sobre como responder às perguntas dos jornalistas a propósito das medidas de austeridade. Uma das questões é saber se as novas medidas representam um novo aumento de impostos.
A contribuições dos trabalhadores sobem, mas as contribuições das empresas descem. Como um todo, a economia não fica mais sobrecarregada com impostos/contribuições. Isso é que é importante salvaguardar.
Já se a questão for se estas medidas revelam insensibilidade social, deve ser dito - de acordo com o documento revelado pelo Expresso - «que os trabalhadores do setor privado e do setor público de menores rendimentos serão protegidos por um crédito fiscal em sede de IRS, por intermédio do qual terão ou uma redução do imposto a pagar, ou uma devolução maior».
A julgar pela ordem em que estão dispostos os argumentos para justificar as medidas anunciadas na passada sexta-feira, o principal deve se o combate ao desemprego, que ocupa quase uma página e meia das quatro.
Deve dizer-se que as mexidas na Taxa Social Única são «uma resposta com energia e ambição ao maior problema que enfrentamos» - a subida do desemprego.
As normas de resposta enviadas para os gabinetes dos ministérios na sexta-feira referem ainda que esta proposta não é inédita.
Além disso, países com maior estabilidade social do que nós e com um forte Estado Social optaram por diferentes distribuições entre trabalhador e empresa nas contribuições.
Como exemplo, há um quadro com os números de Alemanha, Áustria, Dinamarca, Eslovénia Holanda e Reino Unido.