A antiga ministra das Finanças diz que está provado que a receita não funciona e alerta que, se não houver correção do acordo com a 'troika', o país vai chegar ao fim «destroçado».
«Um programa desta natureza é bom quando atinge os objetivos e ultrapassa os problemas a que se propõe sem, em contrapartida, destruir ou destroçar um país», considerou Manuela Ferreira Leite, sublinhando que «se continuarmos a insistir nesta receita, chegamos ao fim e o país está destroçado».
Em entrevista à TVI 24, Manuela Ferreira Leite defendeu que é fundamental dizer aos portugueses qual será o desfecho do período de resgate.
A ex-líder do PSD insistiu na ideia de que é preciso travar um processo que vai numa espécie de «vitória em vitória» até ao «fracasso final».
Ferreira Leite considerou ainda natural que, nesta altura, muitos responsáveis se virem para o Presidente da República à espera de soluções.
No entanto, lembrou que, antes de chegar a Belém, o Orçamento terá que ser discutido na Assembleia da República, onde caberá aos deputados, também aos da maioria, agirem de acordo com a sua consciência. Se não concordarem com as medidas de austeridade, sublinhou, deverão opor-se a elas.
A antiga ministra das Finanças questionou-se também sobre o atual estado da coligação entre o PSD e PP, afirmando ter dúvidas sobre se o partido de Paulo Portas terá sido informado das medidas de austeridade anunciadas por Passos Coelho e depois por Vítor Gaspar.