A GNR está a investigar a morte de um pastor encontrado na quarta-feira, em Segura (Idanha-a-Nova), com indícios de ter sido atingido por um touro, depois de outros animais ameaçarem a aldeia.
O corpo do homem, com idade a rondar os 65 a 70 anos, foi encontrado no limite da Herdade da Granja de São Pedro e deverá ainda hoje ser sujeito a autópsia para apurar as causas da morte.
O empregador já não o via desde terça-feira e veio a descobri-lo na quarta-feira nos terrenos para onde costumava levar rebanhos a pastar, a cerca de cinco quilómetros da povoação. Entretanto, o caso já foi comunicado ao Ministério Público do Tribunal de Idanha-a-Nova.
O pastor apresentava sinais de «ter sido atingido por um animal de raça bovina», referiu à Lusa fonte da GNR.
Touros sem identificação e em número por apurar têm sido deixados à solta desde há cerca de dez anos naquela zona do concelho, contou à Lusa, José Lopes, presidente da Assembleia de Freguesia de Segura.
Nalgumas ocasiões, «os animais entram pela aldeia a dentro, já houve mais pessoas atacadas e a população fica assustada», refere o autarca, sublinhando que a morte do pastor intensificou os receios.
Entre outros danos em propriedades, o próprio jipe da GNR e outras viaturas já foram alvo das investidas do gado bravo, acrescenta José Lopes.
O autarca responsabiliza um proprietário residente fora da região, com o qual a junta e outras autoridades mantêm um longo diferendo por alegado abandono dos animais e lamenta que ainda ninguém tenha arranjado forma de solucionar o problema.
Ao longo do último ano, o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente de Castelo Branco da GNR já teve de abater algumas cabeças de gado e apoiar a intervenção de campinos, a pedido da Direção Geral de Veterinária.
Segundo referiu fonte ligada ao processo à agência Lusa, «no início do verão, 12 campinos de Vila Franca de Xira tiveram como tarefa recolher o máximo possível de animais, que foram destinados a abate».
Já antes, os próprios elementos da GNR abateram animais, e tanto num caso como noutro, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária concluiu que «havia perigo para a saúde pública», porque os animais «não são controlados, nem devidamente tratados».