O primeiro-ministro falou em «tom agressivo» do secretário-geral do PS. A «linguagem» dos socialistas também foi criticada pelo chefe de Governo. Sobre o CDS, deixou claro o total envolvimento de Paulo Portas.
Passos Coelho lembrou que o PS tem responsabilidades na situação de crise que Portugal vive.
Passos Coelho disse que não tem de negociar com os partidos da oposição antes de anunciar as medidas do Governo, ainda que os informe.
A primeira vez que o primeiro-ministro atacou diretamente Seguro foi quando foi abordada a questão das parcerias público-privadas. Numa referência às palavras de Seguro, uma hora antes, Passos Coelho disse que «há limites para a compostura»
«Esta medida [aumento da TSU] não foi preparada sem que o dr. Paulo Portas estivesse envolvido na sua preparação», disse o primeiro-ministro, manifestando-se tranquilo com aquela que será a posição do ministro dos Negócios Estrangeiros.
O primeiro-ministro foi confrontado com as críticas generalizadas de antigos dirigentes do PSD e em concreto com as de Manuela Ferreira Leite, ontem, mas disse que não quero «iniciar uma polémica com a minha antecessora»
O primeiro-ministro garantiu hoje que o líder do CDS, Paulo Portas, deu o seu acordo para as novas medidas de austeridade e considerou que seria «uma tragédia» se os deputados que apoiam o Governo não as votassem.
«O dr. Paulo Portas é presidente do CDS-PP mas é ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, nenhum governo fecha uma negociação externa e internacional que não seja do conhecimento e não possa ter o acordo do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Nesse dia, algo de errado se passaria com o Governo», afirmou Pedro Passos Coelho, em entrevista à RTP.
«Estou inteiramente tranquilo quanto à posição do MNE nesta matéria», sublinhou.
O chefe de Governo precisou ainda que Paulo Portas esteve envolvido na preparação de uma das medidas mais polémicas - a redução da Taxa Social Única (TSU) para as empresas compensada pela subida das contribições dos trabalhadores - e, sobre as críticas dentro dos partidos da maioria, disse não querer «preocupar os portugueses com tensões normais».
«Só constituem um problema para o país se estes partidos puserem em causa o apoio ao Governo. Se não votassem [as medidas] seria uma tragédia para Portugal, não quero pensar que alguém que tem a responsabilidade de apoiar o Governo, que assumiu a responsabilidade de conduzir o país para fora desta crise e por razões de incomodidade criasse um problema ao país. É uma matéria que nem sequer equaciono», disse.