Este histórico socialista defendeu que o Governo não devia ter tido o papel de bom aluno e disse que a moção de censura, que poderá vir a aser apresentada pelo «não adianta muito».
O presidente honorário do PS disse preferir um mau orçamento a que não existe qualquer orçamento, uma vez que as «dificuldades financeiras que o Governo atravessa não são compatíveis com um Governo a governar com duodécimos».
«Acho que o país precisa de um orçamento, talvez um orçamento que não este, mas entre um não orçamento e um mau orçamento, ainda vou sinceramente por um mau orçamento», frisou Almeida Santos, à margem da Conferência dos Técnicos Oficiais de Contas.
Este ex-presidente da Assembleia da República considerou que a moção de censura, que poderá vir a ser apresentada pelo PS caso o Governo não retire as novas medidas de austeridade, «não adianta muito, mas é uma forma de condenação da conduta do Governo até aqui».
Almeida Santos defendeu ainda que o Executivo liderado por Passos Coelho «não deveria ter querido o papel de bom aluno», mas de «crítico e lutador por medidas menos pesadas para o povo português».
«Concordou com tudo, achou tudo bem e tem agora o título de bom aluno, mas de bons alunos está o inferno cheio, se é possível dizer isto em tempo de crise», acrescentou.
Sobre o Governo, este histórico socialista entende que há «pessoas inteligentes e bem intencionadas» no Executivo, mas «sem experiência política», até porque «muitos ministros do atual Governo nunca foram ministros».
«Governar é muito difícil e este Governo tem sentido dificuldade de não ter experiência política, que é absolutamente necessária», concluiu Almeida Santos, que diz que só se ganha experiência política «quando se sai» do cargo.