O líder do CDS escreveu ao primeiro-ministro com críticas à medida, mas não quer por em causa a estabilidade do governo.
O CDS está contra as alterações à Taxa Social Única. A posição está escrita num documento que, segundo o jornal Expresso, foi enviado por Paulo Portas ao primeiro-ministro.
A existência desse documento foi revelada pelo líder do CDS na reunião desta semana da comissão executiva do partido.
O texto subscrito por Paulo Portas revela também as razões que o levam a estar contra as mudanças nas contribuições para a Segurança Social.
Segundo o semanário, o líder do CDS tem sido muito claro nas conversas com o seu círculo mais próximo: discorda das alterações propostas pelo primeiro-ministro e ministro das Finanças.
Dirigentes centristas presentes nas reuniões desta semana com Portas garantem que o ministro dos negócios estrangeiros disse que «discordei há um ano, continuo a não concordar e alertei para os perigos».
Citado pelo Expresso, Paulo Portas diz, contudo, que «não atiro o país para uma crise política irresponsável nem deixo o CDS sem identidade».
O líder do CDS admite que não vetou a medida porque isso «punha em causa» a avaliação da troika e a estabilidade do governo.
O Expresso conta que no documento que enviou ao primeiro-ministro, Paulo Portas colocava em dúvida a eficácia das mexidas na Taxa Social Única com argumentos essencialmente políticos: podia por em causa a paz social, facilitaria a ruptura com o PS e afastaria a UGT. Um segundo chumbo do Tribunal Constitucional é outra preocupação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.