É uma expressão de sabedoria chinesa, que uma crise representa uma oportunidade e Pequim quer fazer-lhe justiça na cimeira desta quinta-feira com a União Europeia. A China vem com vontade de aumentar o volume de negócios, ajudando ao alívio dos 27.
Com uma crise instalada na Europa, o primeiro ministro chinês chegou a Bruxelas com o objectivo de reforçar os laços entre dois parceiros.
O conselheiro da Missão Diplomatica da China, junto da União Europeia, Wang Xi Ning afirma que Pequim vem à procura de bons investimentos, mas também de contribuir para a recuperação da economia Europeia.
«Acreditamos que uma economia europeia saudável serve os interesses da China. Esperamos assistir a uma recuperação rápida e também a um crescimento saudável da economia da Europa. Desde o início da crise financeira e prioritariamente da crise das dívidas soberanas temos sempre apoiado muito os esforços da União Europeia, no combate a esta crise», afirma.
O conselheiro da mais alta representação da China junto da União Europeia afirma o contributo de Pequim para aliviar o impacto da crise, que já existe a vários níveis.
«Ao nível internacional: aumentámos a nossa contribuição para o FMI. E assim o Fundo Monetário estará fortalecido para alargar a assistência à União Europeia. Ao nível bilateral debatemos com o Mecanismo Europeu de Resgate para avançar com fundos de investimento comuns. E pensamos que isso será útil para a Europa lidar com a crise. Ao nível nacional já compramos dívida de alguns países», afirma.
Como por exemplo Portugal. Mas o interesse chinês em Lisboa assenta no campo das privatizações, exigidas no memorando da troika.
«Temos sempre tentado promover a cooperação Bilateral. Temos tentado cooperar com o as autoridades portuguesas para alcançar boas políticas e um quadro jurídico para promover a cooperação entre as empresas, de modo a que elas tomem as decisões por elas próprias, avaliando os mercados, o potencial económico do país alvo», adianta.
O Conselheiro da Missão da China junto da União Europeia espera que a cimeira possa ajudar Pequim e Bruxelas a estreitar laços, políticos e comerciais, mas também ao nível da educação, ambiente, ciência e tecnologia.