O Marítimo empatou a zero com os ingleses do Newcastle, em jogo da primeira jornada do Grupo D da Liga Europa de futebol, disputado no Estádio dos Barreiros, no Funchal. Já a Académica entrou a perder no regresso à Europa.
No que dia em que cumpriu 102 anos de vida, o Marítimo iniciou a sua inédita participação nesta fase de uma competição europeia com um empate que, apesar de não ter sido o resultado desejado, acabou por ser positivo.
Ambiciosos, os madeirenses tiveram uma entrada forte no jogo, assente no futebol apoiado que lhe é característico. Danilo Dias, aos dois minutos, chegou atrasado a um cruzamento de David Simão e mais tarde, aos 11, Sami rematou forte e de primeira, após um canto, obrigado Elliot a uma defesa de recurso.
Os ingleses tardaram a encontrar o antídoto para travar o ímpeto dos insulares e na primeira meia-hora do jogo incomodaram poucas vezes o francês Salin.
Contudo, aos 28 minutos, Shola Ameobi poderia ter marcado, não fora a oportuna intervenção do guarda-redes do Marítimo, opondo-se bem ao remate sem oposição do avançado do Newcastle.
A segunda parte praticamente iniciou-se com uma grande oportunidade dos ingleses, quando Ameobi surgiu na área, solto de marcação, a rematar em jeito mas à barra.
Aos 59 minutos, Sami escapou-se pela esquerda, fez o cruzamento e Fidélis rematou, falhando o alvo por pouco.
Com apostas claras, dos dois lados, no sentido de ganhar o jogo, o Marítimo voltou a desperdiçar nova oportunidade, aos 70 minutos, num remate de Sami que saiu ao lado do poste esquerdo de Elliot, após um lance de insistência do ataque.
Aos 81 minutos, o Marítimo voltou a criar perigo, talvez a mais flagrante oportunidade de todo o jogo: Gonçalo Abreu bateu um canto, Roberge cabeceou e Taylor, sobre a linha, evitou o golo, depois de a bola já ter batido na barra.
Com dez minutos para jogar, Pedro Martins arriscou tudo, com a entrada de Adilson, mas sem o efeito desejado, já que o apito final soou com o "nulo" a prevalecer nos Barreiros, com o Marítimo a cumprir oito jogos oficiais sem derrotas.
Académica entra a perder no regresso à Europa
Por seu turno, uma inexperiente Académica pagou hoje com uma derrota por 3-1 no reduto do Viktoria Plzen uma série de erros defensivos, na estreia no Grupo B da Liga Europa de futebol.
Catorze mil, novecentos e sessenta e nove dias depois do último jogo, na longínqua época de 1971/72, os "estudantes" ainda ameaçaram um regresso de sonho à Europa, atingindo o intervalo na frente, mas, depois, foram demasiado ingénuos.
Uma falha inacreditável do guarda-redes Ricardo, logo aos 47 minutos, permitiu ao ex-leão Horvath "anular" o tento de Wilson Eduardo, aos 19, ainda que contra a corrente de jogo, e, depois, Duris, aos 58, e Rajtoral, aos 80, sentenciaram, em três tentos checos conseguidos de cabeça.
Depois do segundo tento dos locais, a Académica ainda esboçou uma ténue reação, mas não assustou verdadeiramente Kozacik, o guarda-redes dos checos, que justificaram plenamente o triunfo.
A formação da casa entrou mais forte e cedo assumiu o comando do encontro, criando três boas oportunidades nos primeiros 10 minutos, por intermédio de Hora, Rajtoral e Horvath.
A Académica acalmou com o passar dos minutos, mas foi ainda contra a corrente do jogo que se adiantou no marcador, aos 19 minutos, por intermédio de Wilson Eduardo, que se limitou a encostar, depois de um passe de Cissé.
Os checos quase empataram de seguida, aos 22 minutos, num cabeceamento à barra, após um canto, mas, até ao intervalo, só tiveram mais uma oportunidade, quando, aos 35, Hanousek respondeu a um passe de Duris, valendo Nivaldo.
Na última jogada da primeira parte, e no seu segundo remate à baliza contrária, a Académica esteve perto de aumentar a vantagem, mas o remate de Marinho saiu por cima da barra.
A segunda metade começou, praticamente, com o tento dos checos: Darida marcou um canto na direita, Horvath fez um balão de cabeça e a bola acabou por entrar, já que Ricardo, apertado por Hora, foi muito passivo e não conseguiu afastar a bola.
Motivado com a igualdade, logo aos 47 minutos, o Viktoria Plzen apenas demorou mais 11 a dar a volta ao marcador, desta vez por intermédio de Duris, que marcou de cabeça, após centro da esquerda de Limbersky, com a defesa da equipa lusa a "dormir".
Em desvantagem, Pedro Emanuel, que já trocara Halliche por Bruno China, apostou em Ogu e Edinho e a Académica ainda ameaçou reagir, tentativa da qual desistiu aos 80 minutos, quando Rajtoral marcou o terceiro tento de cabeça dos checos, antecipando-se a Nivaldo, após centro de Hanousek.