O secretário-geral do PS comentou hoje, em Bruxelas, que as manifestações em Portugal «revelam que os portugueses estão descontentes» com a política recessiva do Governo.
Falando à margem do IX Congresso do Partido Socialista Europeu (PES), no mesmo dia em que Lisboa é palco de uma manifestação convocada pela CGTP contra a política de austeridade, António José Seguro defendeu que a ação de protesto deve ser vista como «um contributo positivo e de valorização do papel que as portuguesas e os portugueses têm na condução dos destinos do país», que deve ser ouvido pelo Governo.
«Considero que as manifestações são expressões da cidadania, onde as portuguesas e os portugueses expressam o seu descontentamento perante a política recessiva, que exige demasiados sacrifícios e não tem em conta aquilo que deve ser a prioridade essencial - a economia e a criação de emprego», disse.
Afirmando-se esperançado de que «o Governo tenha aprendido a lição», o líder do PS afirmou-se todavia «muito preocupado com o facto de o Governo insistir para o próximo ano num Orçamento do Estado com os mesmos erros do Orçamento que está a ser aplicado este ano», pois os sacrifícios pedidos não tiveram reflexo nos objetivos, designadamente a nível de redução do défice e da dívida pública ou de criação de emprego.
«Espero que o Governo possa corrigir esse erro», disse.
Questionado sobre se participaria na manifestação caso estivesse em Lisboa, Seguro sustentou que «as manifestações são expressões de cidadania", e a sua responsabilidade "como líder político é defender os portugueses naquilo que são os espaços dedicados aos partidos políticos».
«É aquilo que eu estou a fazer neste momento aqui», no congresso dos Socialistas Europeus, e em reuniões mantidas com líderes socialistas de outros Estados-membros, disse.