Portugal

É preciso uma Greve Geral com todos os trabalhadores, diz CGTP

Manifestação da CGTP no Terreiro do Paço TSF - José Milheiro

O líder da CGTP anunciou hoje que o Conselho Extraordinário da central sindical vai reunir na próxima quarta-feira para analisar a marcação de uma Greve Geral contra a austeridade.

Arménio Carlos avisou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho que «se não ouvir o povo a bem, vai ter que ouvir a mal».

Nesse sentido, o líder da Intersindical anunciou que na próxima semana, dia 3 de outubro, o Conselho Extraordinário da CGTP vai analisar várias propostas, uma das quais a realização de uma greve geral nacional, em data a determinar.

Arménio Carlos perguntou à multidão que encheu, esta tarde, o Terreiro do Paço se concordavam com a paralisação. A resposta foi dada por aplausos e pela frase «a luta continua».

No palanque montado no Terreiro do Paço, que hoje foi apelidado de "Terreiro do Povo", Arménio Carlos garantiu que o «povo está a perder o medo».

«Eles têm medo que o povo perca o medo. O povo está a perder o medo e a mostrar que quer ir para a frente, lutar pelo presente e salvaguardar o futuro das gerações», defendeu Arménio Carlos, acrescentando que «não vamos dar tréguas e a luta vai continuar até se concretizarem os nosso objetivos».

O sindicalista informou que decorrerá, entre 5 e 13 outubro, uma marcha contra o desemprego.

Arménio Carlos reafirmou ainda que a CGTP «não aceitará medidas de redução dos salários e pensões nem um cêntimo que seja», afirmando que «Portugal se vai levantar em peso contra as políticas atuais».

Para o dirigente da CGTP, está na «altura do capital pagar» e de os rendimentos do trabalho deixarem de ser a «galinha dos ovos de ouro».

Entre algumas das soluções apontadas pela Intersindical para a austeridade, Arménio Carlos falou num escalão acima dos 33 por cento que permitiria receitas de mil milhões de euros.

Outra alternativa é o aumento em 10 por cento dos rendimentos dos grandes acionistas das Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), o que permitiria uma receita de 1.600 mil milhões de euros.

Perante um Terreiro de Paço com milhares de pessoas, Arménio Carlos falou ainda num reforço da fiscalização tributária para conseguir arrecadar 1100 milhões de euros.