Política

António José Seguro avisa que não é altura de vender ilusões

António José Seguro, líder do PS Global Imagens

O líder do PS avisou, esta noite, que não é altura de vender ilusões como se existisse uma varinha mágica. A Passos e Borges, Seguro diz que não perceberam o recado das manifestações.

Durante a reunião da Comissão Nacional do PS, que decorreu em Mangualde, António José Seguro criticou as declarações feitas por António Borges, consultor do Governo, e do primeiro-ministro esta semana.

«Tenho muitas dúvidas se eles [Passos Coelho e António Borges] perceberam qual foi a lição que os portugueses lhes deram com a manifestação do dia 15 de setembro e com todas as iniciativas que foram tomadas para evitar que a Taxa Social Única (TSU) entrasse em vigor. Parece que há ali um ressentimento e, sobretudo, um não entendimento como é que os portugueses se mobilizarem contra aquela iniciativa», referiu.

Na reunião da comissão nacional do PS, Seguro reconheceu que Portugal tem problemas, alguns dos quais que derivam das indefinições europeias onde Portugal não tem sabido fazer ouvir a sua voz.

«O que eu digo é que há problemas nacionais que nós temos de resolver e há problemas europeus, de que nós fazemos parte, e que têm que ser resolvidos ao nível europeu. E devo dizermos uma coisa: não merece governar Portugal um Governo que não tenha pensamento europeu nem capacidade de defender na Europa estas posições», afirmou o líder do PS, colhendo vários aplausos.

Falando para o interior do partido, Seguro avisou os socialistas que há muitos portugueses descontentes com a forma como se faz política.

«A manifestação que houve no dia 15 de setembro foi maioritariamente e esmagadoramente contra as políticas do Governo, mas há uma parte daquela manifestação que também é contra a forma como se faz política em Portugal. E o Partido Socialista tem que entender isso», declarou.

Por isso, defendeu o líder socialista, é preciso falar verdade e não prometer, como outros, soluções para tudo porque a crise portuguesa não se resolve com «uma varinha mágica».

«Essa gente que sofre, precisa de nós, e a nossa responsabilidade, que estamos na política, é de encontrar soluções para essas pessoas e não a varinha mágica que tudo se resolve de um dia para a outra. Todos sabemos que isso infelizmente é impossível, por isso também nos distanciamos daqueles que prometem tudo, que vendem ilusões e que dizem que tudo é possível de um momento para o outro», defendeu.

Redação