Economia

Não haverá «mais financiamento nem um segundo programa», diz secretária de Estado do Tesouro

Global Imagens/Natacha Cardoso

Maria Luís de Albuquerque alertou para as consequências de Portugal deixar de cumprir o programa da troika.

No discurso da cerimónia do 40.º aniversário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, a secretária de Estado do Tesouro disse que se Portugal deixasse de cumprir o programa da troika, tal conduziria a uma interrupção súbita do financiamento externo.

Maria Luís Albuquerque acrescentou ainda que a revisão das metas do défice pela troika não significa «mais financiamento nem um segundo programa», sublinhando que o fim do financiamento resultaria no «colapso» do Estado.

«As contas públicas ficariam instantaneamente equilibradas, pela pura impossibilidade de gastar mais do que se tem, mas à custa do não pagamento de pensões e salários e do provável colapso da estrutura da administração pública», afirmou Albuquerque.

«Teríamos um retrocesso de décadas no bem-estar das pessoas, com uma estrutura social com muito menos apoio, nomeadamente ao nível familiar, que aquela que nos caracterizou no passado».

Apesar deste panorama negro, a secretária de Estado afirmou-se convencida de que «melhores dias virão» para Portugal. «Precisamos de esperança», afirmou.