Economia

BPN: PS diz que relatório é «partidário», PSD não entende críticas

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O socialista Basílio Horta considera que o relatório da comissão de inquérito ao BPN é «claramente partidário». O PSD rejeita as críticas do PS.

O deputado socialista Basílio Horta não tem dúvidas, afirmando que «o relatório é claramente partidário, é evidente que o seu objetivo é culpar o governo anterior e as instituições anteriores e elogiar este governo. Não era isso que se esperava, esperava-se um relatório independente que pudesse ser votado e que pudesse analisar seriamente a situação do BPN».

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, o deputado do PS disse que vai apresentar propostas de alteração ao documento, adiantando que, a manterem-se as conclusões propostas pelo relator, o deputado do PSD Duarte Pacheco, o PS vai votar contra.

Basílio Horta disse ainda que a primeira conclusão que se retira do relatório é que houve uma tentativa para «culpar o médico pela doença que tratou», desculpabilizando a gestão do banco até à sua nacionalização.

«É bom que o país saiba que esse buraco [de 3,5 mil milhões de euros] é da responsabilidade de quem geriu o banco até à nacionalização, ou seja, de quem se aproveitou do seu relacionamento político e partidário, uns para enriquecerem e outros para fazerem negócios ruinosos que o contribuinte agora está a pagar», declarou.

Do lado do PSD, o deputado Carlos Abreu Amorim disse não compreender as críticas do PS ao relatório da comissão de inquérito do BPN afirmando que o Parlamento estava impedido de analisar a gestão do BPN anterior à nacionalização.

«O dr. Basílio Horta disse que houve uma tentativa de lavagem da anterior administração do BPN. Há aqui uma certa confusão. O mandato desta comissão, que foi votado no plenário da Assembleia da República, não implica uma análise da gestão anterior à nacionalização mas apenas a partir da nacionalização», afirmou.

A proposta de conclusões da comissão de inquérito ao BPN defende que o preço de venda ao BIC, 40 milhões de euros, foi o possível e que a intervenção do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, evitou a liquidação do banco.