O secretário-geral da CGTP acusou hoje o primeiro-ministro de estar «a mandar o barco ao fundo» e de deixar os portugueses «prisioneiros na casa das máquinas».
No final do protesto que ligou a Praça da Batalha, no Porto, ao Cais de Gaia, incluído na Marcha Contra o Desemprego, organizada pela CGTP, que arrancou sexta-feira e que percorrerá o país até ao próximo sábado, dia em que termina em Lisboa, Arménio Carlos deixou alguns recados.
«Houve alguém que disse, nomeadamente o primeiro-ministro, que sabe para onde é que vai. Nós o que dizemos é uma outra coisa: este primeiro-ministro fez um rombo no barco, está a mandar o barco ao fundo mas agora quer nos deixar prisioneiros nas casa das máquinas enquanto ele e outros que o apoiam estão à espera do helicóptero para se pirarem daqui», afirmou.
Arménio Carlos rejeitou ainda que Portugal «seja condenado a uma situação de colonização, seja pela União Europeia, seja pela senhora Merkel, seja por quem for».
«Nós deixamos de ser, e bem, um país de colonizadores, não aceitamos passar a ser um país de colonizados», enfatizou.
O secretário-geral da CGTP defendeu que «é preciso mudar de política e é preciso mudar de Governo», sendo necessárias «pessoas sérias e que credibilizem a política».
Considerando que o Orçamento do Estado para 2013 «é mais um roubo monumental», o dirigente sindical afirmou que a única expectativa sobre esta matéria «é saber o que é que o senhor primeiro-ministro e o senhor Paulo Portas vão fazer».
«Primeiro, porque o senhor primeiro-ministro foi o mesmo que ainda há uns meses dizia que não ia aumentar mais impostos e o senhor Paulo Portas foi aquele que há duas semanas disse que jamais em tempo algum o CDS aceitaria o aumento dos impostos», recordou.
Assim, e na opinião de Arménio Carlos, Passos Coelho e Paulo Portas ou «assumem que mentiram aos portugueses e saem de uma vez por todas da política» ou então são uns "troca-tintas".
O secretário-geral da CGTP sublinhou ainda que «não são poucos os elementos ligados à área do PSD e também do CDS que hoje assumem que estão perante um assalto aos rendimentos dos portugueses».