Num relatório sobre a estabilidade financeira, o FMI refere que há riscos políticos associados ao programa de compra de dívida pública por parte do Banco Central Europeu (BCE).
No documento, divulgado em Tóquio, o Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que apesar de credível o plano do banco liderado por Mario Draghi pode ter efeitos perversos.
A incerteza recai nas condições que são impostas aos países que aderirem ao programa. São países em dificuldades, aos quais são exigidos maiores esforços para consolidar as contas públicas.
O FMI considera que os governos que recorrerem a este programa devem aceitar as condições e implementar reformas.
A instituição liderada por Christine Lagarde chama ainda a atenção para o facto do programa não garantir categoricamente o regresso a um nível de divida sustentável, podendo mesmo dificultar o crescimento económico e agravar o défice.
Também não é certo, o retorno da totalidade do dinheiro investido neste programa de ajuda.
O FMI considera, no entanto, que o programa do BCE é credível mas deve ser acompanhado por uma recapitalização credível da banca e de uma união bancária.
Neste sector, o FMI prevê que os ativos da banca europeia continuem a encolher até ao final de 2013, no pior dos cenários, de menor confiança financeira, a quebra pode atingir os 12 por cento, ou seja, três biliões e meio de euros.
Entre os 58 bancos estudados na análise do FMI estão os portugueses Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BES e BPI.
Quanto ao acesso ao crédito vai continuar a ser mais difícil para os países da periferia da zona euro, na qual estão Portugal e a Grécia. as restrições vão aumentar no próximo ano e a oferta deverá cair entre os nove e 18 por cento.
O FMI alerta assim para a necessidade de restaurar a confiança financeira da zona euro.