O sindicato dos trabalhadores portuários defende que as associações empresariais deveriam «apelar ao consenso e ao diálogo». A Associação Comercial de Lisboa diz que o Governo já devia ter decretado a requisição civil para o Porto de Lisboa.
O sindicato dos trabalhadores portuários lamentou o apelo das associações empresariais à requisição civil e admitiu que a greve nos portos se pode prolongar para lá de outubro.
«Eu defenderia muito mais que apelassem ao consenso e ao diálogo do que às requisições civis. O porto de Lisboa não está completamente parado, estão a laborar a um turno e há portos a trabalhar na força máxima», indicou o sindicalista Vítor Dias.
Este dirigente da Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários garantiu ainda que os trabalhadores vão manter a luta nos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz «enquanto houver capacidade para lutar».
Por seu lado, o presidente da Associação Comercial de Lisboa defende que o Governo tarda em decretar a requisição civil para o porto de Lisboa e que começa a passar uma «imagem de fragilidade» perante o enorme prejuízo causado por esta greve.
«Só a autoridade é que ultrapassa estas situações de crise, uma autoridade que tem todo o direito e obrigação de exercer. Não estamos a falar em autoritarismo, mas não há direito de permitir que alguém destrua a economia do país sem ser responsabilizado por isso», afirmou Bruno Bobone.
Em declarações à TSF, o presidente da Associação Comercial de Lisboa não aceita que «haja alguém que se sinta com a capacidade de brincar com a população portuguesa, que está a sofrer muito e em muitas circunstâncias».